Alameda Travessia é símbolo da busca por um caminho do meio e sereno
Na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, há um caminho que liga o Palácio da Liberdade ao coração da cidade.Não é uma via lateral nem uma rota de fuga. Chama-se “Alameda Travessia”. Não fica para cá. Não fica para lá. Fica no centro.
Quem a percorre atravessa palmeiras plantadas como colunas de uma catedral rumo ao altar. É o eixo que sustenta a praça, o ponto de equilíbrio entre o passado e o futuro.
É ali, no centro, que Minas Gerais se reconhece: essencial, firme, prudente e silenciosa. Essa imagem explica o que quero representar. O Brasil perdeu-se entre as extremidades da praça. Uns preferem o grito à razão. Outros transformaram a eficiência em indiferença. De um lado, gastança. Do outro, descuido. Enquanto isso, o mineiro, cético, sereno e trabalhador, segue sua travessia. Quer estrada boa, imposto justo, emprego digno, escola que ensine, hospital que funcione. Quer governo que cuide sem pesar e que economize sem abandonar.
Minas Gerais não cabe nos extremos. O mineiro não é mais bolsonarista do que mineiro. O mineiro não é mais esquerdista do que mineiro. É gente que paga caro e recebe pouco, que desconfia do exagero e valoriza o equilíbrio. Quer liberdade para empreender, justiça para viver, segurança para dormir em paz. Quer ver o imposto virar serviço e o discurso virar entrega. Quer ouvir menos briga e mais resultado.
Nos últimos anos, a política virou ruído. Transformaram o diálogo em guerra e o governo em cena. Um estado que arrecada como rico e entrega como pobre. Hospitais regionais inacabados, impostos altos, pedágios caros, professores sem reajuste, servidores desmotivados. A promessa de modernização virou frieza. O mineiro olha para o governo e não se reconhece.
Eu me coloco nesse meio: no espaço da empatia com razão, da fé com responsabilidade. Acredito num estado que funcione, mas que também abrace. Num governo que saiba equilibrar coração e planilha. Que trate a gestão pública como serviço, e não como palco. Que devolva dignidade a quem trabalha, esperança a quem espera e respeito a quem ensina.
Não vim para incendiar o presente nem para repetir o passado. Vim para propor o equilíbrio como coragem. Para mostrar que cuidar das pessoas não é populismo, é dever. E que gastar com responsabilidade não é ideologia, é respeito. Que a política, quando feita com propósito, ainda pode ser o espaço onde o Brasil volta a se reconhecer.
Tancredo Neves dizia que política não pode ser aventura… tem de ser risco. Eu caminho por essa travessia com os pés no chão e o coração em Minas Gerais. Não tenho máquina nem padrinho. Tenho coragem, história e o privilégio de escutar o que o povo mineiro sente: que a gente precisa de serenidade, que a vida anda cara e que o governo anda longe.
Vai que a serenidade vença. Vai que o equilíbrio vença. Vai que o movimento democrático vença. Vai que Minas Gerais volte a liderar de onde sempre esteve: do centro da praça, no caminho do meio, na travessia com equilíbrio.


