Belo Horizonte, sorry!

Show de Madonna e potencial de grandes eventos para Belo Horizonte

Je suis désolé. Lo siento. Ik ben droevig. Sono spiacente. Perdóname. “Então, eu gosto muito de você, mas ela é a Madonna”. Foi assim que o cineasta inglês Guy Ritchie confessou à modelo dinamarquesa Tania Strecker que estava terminando o namoro para ficar com a Rainha do Pop, com quem foi casado por oito anos.

De forma semelhante, nesse final de semana, muitos belo-horizontinos que amam profundamente a nossa própria cidade se deslocarão ao município do Rio de Janeiro para um show gratuito na praia de Copacabana. Vou perder esse evento e tanto, lamentavelmente. 

É inegável que Belo Horizonte possui uma vibração cultural e uma beleza singular, que enchem de orgulho seus moradores. No entanto, é fundamental reconhecer que, para uma cidade florescer plenamente, ela deve abraçar oportunidades que ampliem sua visibilidade e influência.  

Muitas vezes vemos nossos cidadãos se deslocarem para cidades como o Rio de Janeiro para eventos grandiosos. Há sempre quem diga que não conseguimos competir com cidades como o Rio. Ah, que preguiça dos pouco ousados… E por quê? O que precisamos fazer? E por qual razão a resposta é sempre que temos que nos contentar com pouco? 

Esse fenômeno não é apenas uma questão de fidelidade emocional ou cultural; ele possui implicações econômicas profundas.  

Quando os residentes de uma cidade escolhem viajar para outra para participar de um grande evento, eles levam consigo não apenas seu entusiasmo, mas também seu poder econômico. O dinheiro que poderia ser gasto em restaurantes e comércio de Belo Horizonte acaba por beneficiar outra economia. 

Os grandes eventos aumentam a ocupação hoteleira, estimulam o consumo nos estabelecimentos locais, promovem a criação de empregos temporários e posicionam a cidade no mapa cultural e turístico do país. 

Um estudo elaborado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico do Rio de Janeiro, com números da Fundação Getulio Vargas, estima que o impacto do show na economia da capital fluminense é de R$ 293,4 milhões. Somente o aumento de arrecadação de Impostos Sobre Serviços (ISS) de atividades relacionadas ao turismo, eventos e transporte foi contabilizado em cerca de R$ 10,2 milhões. Ou seja, só em ISS, a Prefeitura do Rio de Janeiro já recupera com sobra o valor que gastou com o patrocínio do evento, R$ 10 milhões.  

Também no Rio, a Secretaria Municipal de Turismo calculou que a exposição espontânea da cidade na mídia internacional foi equivalente a uma campanha paga de publicidade que custaria mais de R$ 200 milhões. O ganho é de quase meio bilhão. Meio bilhão! Are you ready? Yes, I’m ready! Are you ready? Don’t ever look back! 

Nos Estados Unidos da América, em 2019, o setor de concertos e entretenimento ao vivo foi responsável por um impacto econômico de US$ 132,6 bilhões, com 913 mil empregos associados, gerando cerca de US$ 42 bilhões em renda para trabalhadores, de acordo com relatório da Oxford Economics. 

Por essa razão, a importância de atrair e sediar grandes eventos em Belo Horizonte não pode ser subestimada. Tais eventos são catalisadores potentes para a economia local. Portanto, proponho uma política de incentivos para a atração e realização de eventos de grande porte em nossa cidade.  

Esses esforços incluiriam parcerias com promotores de eventos, melhorias na infraestrutura urbana (incluído um lugar amplo e disponível que pode ter essa vocação de modo a se conciliar com a vida da cidade) e campanhas de marketing que destacassem Belo Horizonte como um destino atraente para grandes produções nacionais e internacionais. 

Alguém no Brasil sabe ser mais hospitaleiro que a gente? Alguém cozinha melhor que a gente? All you need is your own imagination… So use it, that’s what it’s for (that’s what it’s for) Go inside for your finest inspiration! Your dreams will open the door (open up the door). Não é só festa, é também emprego e renda. Vamos transformar nossa cidade não apenas em um lar que amamos, mas em um palco onde o mundo vem para aplaudir. 

Em tempo, Tania Strecker parece ter superado. Dizem que Guy Ritchie talvez não. Segundo a imprensa especializada, era Madonna quem sentia ciúmes de Strecker. Depois de Guy Ritchie, Strecker namorou também o cantor britânico Robbie Williams, que gravou a canção “She’s Madonna” em 2005, contando a inusitada história que já rendia risadas. Apesar disso, quando o caso virou música, Madonna também ouviu e gostou da canção. 

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Gabriel de a a z

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