Economia, serviços e o potencial adormecido de Belo Horizonte
Belo Horizonte é uma capital que surgiu da ousadia, planejada para ser grandiosa e inovadora. No entanto, sentimos que, atualmente, nossa cidade está parada, aliás, pior que isso, retrocedendo no tempo.
Ao participar do evento Conexão Empresarial, nesta segunda-feira (20.5), a convite do amigo Paulo César de Oliveira, o PCO, com cobertura de O TEMPO, tive a oportunidade de compartilhar minhas propostas e minha visão para uma Belo Horizonte que volte a ser motivo de orgulho para seus cidadãos.
Não sou a favor de demonizar o setor produtivo; muito menos tratar com o setor empresarial às escondidas. Minha abordagem é baseada em uma política clara, limpa e transparente, na qual a conversa franca, sinceríssima, aliás, com empresários é essencial, preferencialmente em ambiente aberto e público, como ocorreu.
Belo Horizonte tem enfrentado desafios significativos na área de habitação. A construção civil, um setor vital para a geração de empregos e oferta de moradia, está sendo expulsa da nossa cidade. Em contraste, vemos crescimento em cidades vizinhas. Isso não prejudica apenas os empresários, mas afeta diretamente a população, elevando os custos de aluguel e imóveis.
Proponho uma série de medidas para reverter essa situação. É fundamental acelerar os processos de licenciamento e parar de atrapalhar quem quer investir e construir em Belo Horizonte, especialmente em áreas que revigorem nosso município.
Precisamos de políticas que incentivem a construção civil nas áreas mais degradadas do centro, fomentando a recuperação urbana por meio de incentivos tributários robustos. Se queremos que os cidadãos ocupem áreas hoje desvalorizadas, nada mais justo do que fazer com que isso seja barato. Todos celebraram a publicidade do empreendimento Afonso Pena 1050, pois todos que amam nossa cidade ficavam tristes vendo um dos nossos símbolos, o antigo Hotel Othon Palace, abandonado. Só que não foi fácil para quem empreende tornar a novidade uma realidade. E acompanhei a saga de perto. A prefeitura foi um entrave, não uma solução.
A economia de Belo Horizonte precisa de um impulso para gerar empregos e melhorar a qualidade de vida de seus cidadãos. Atualmente, muitas empresas mineiras estão contratando serviços de publicidade e outros setores em São Paulo e no Rio de Janeiro.
A tributação sobre serviços é uma competência municipal, e cabe ao prefeito tornar o setor de serviços de Belo Horizonte competitivo. Para isso, precisamos apresentar planos de desenvolvimento econômico que atraiam investimentos e gerem empregos, transformando nossa cidade em um centro atrativo para negócios nacionais e internacionais.
Além disso, precisamos oferecer suporte à “gig economy”, criando pontos de apoio para trabalhadores autônomos, como entregadores e motoristas de aplicativo, com infraestrutura adequada. Não adianta tentar fingir que a nova economia não existe ou que será contida na base da canetada.
Tive também a oportunidade de lembrar que a qualidade do transporte coletivo, uma das minhas principais bandeiras, também é assunto até mesmo para quem não depende do ônibus para seus deslocamentos. É um desafio que impacta diretamente a produtividade e qualidade de vida dos nossos cidadãos. O preço do vale-transporte pesa no bolso de empregados e empregadores.
Precisamos melhorar os terminais de ônibus, explorando comercialmente esses equipamentos de transporte e integrando-os aos setores de comércio, serviços e mercado imobiliário, reinvestindo esses recursos para melhorar o transporte. A bilhetagem eletrônica é uma solução que acelera o embarque e encurta as viagens, melhorando a eficiência do sistema. A solução não é perturbar e dificultar a vida de quem dirige, mas garantir que o transporte coletivo seja uma opção viável e de qualidade.
Belo Horizonte tem um enorme potencial adormecido. Precisamos de liderança que entenda os desafios e tenha coragem para enfrentá-los. Embora o poder do vereador seja limitado, minha posição sobre os temas cruciais para a cidade é bem conhecida.
Fiz questão de ressaltar isso durante o evento, já que temos muitos outros pré-candidatos, vários mais conhecidos que eu, mas que a posição sobre temas municipais ainda é uma incógnita.
Nos anos em que servi como vereador, demonstrei meu compromisso. Não consegui fazer mais pelas limitações naturais do cargo parlamentar. É hora de ir além. Ir além repetindo: teto, trabalho e transporte. Amém.