Será mesmo que o bom povo mineiro acredita que o fundamental para o futuro de Minas Gerais é ver o governador do estado protagonizando um vídeo de quase duas horas, debatendo com 30 pessoas dispostas em uma roda, em um formato claramente concebido para gerar comentários, curtidas e compartilhamentos nas mídias sociais? O vídeo pode ter sido gravado antes, embora tenha ganhado enorme notoriedade exatamente no dia em que Juiz de Fora enfrentava mais um episódio severo de chuvas, com alagamentos, crateras e prejuízos espalhados pela cidade.

Esse detalhe importa. A crítica não é cronológica. Ela é política. Trata-se de observar quais conteúdos ocupam a visibilidade pública quando emergências reais atingem a população. Enquanto Juiz de Fora lidava com mais uma crise urbana, a principal imagem associada ao chefe do Executivo estadual não foi a de articulação, coordenação e presença institucional, e sim a de um espetáculo digital.