Precisamos colocar gente para morar em áreas já construídas
Uma conversa com o meu amigo Washington Fajardo, um urbanista que merece ser ouvido, provocou-me uma reflexão: o Brasil insiste em um modelo urbano que é comprovadamente equivocado. A expansão territorial pelo consumo desenfreado de solo sem capacidade de suporte só se justifica pelas necessidades eleitorais e patrimonialistas. Finge-se que cria emprego. Finge-se que gerará prosperidade. Finge-se que resolverá a moradia. Esse fingimento vai gerando manchas urbanas espalhadas como um líquido derramado.
Repetição das mesmas políticas
A cada novo governo, vemos a repetição das mesmas políticas ineficazes que não atacam o cerne do problema urbano brasileiro. A falta de governança e planejamento de longo prazo, além de políticas que realmente integrem os diferentes setores da sociedade, é alarmante.
Adensar onde já está construindo
Seja na região do aeroporto Carlos Prates ou no bairro Castelo, insistem em construir novos guetos, novos conjuntos para isolar as pessoas sem casa, em vez de integrá-las à cidade. É preciso adensar onde já está construído, aproveitando ao máximo os espaços urbanos e evitando a expansão desordenada. Isso implica um compromisso firme com a preservação das áreas verdes, fundamentais para a qualidade de vida urbana.
Reformar o Plano Diretor da cidade
Para mitigar os efeitos das enchentes e outros desastres naturais, é essencial adotar outro paradigma de urbanização. O próximo prefeito, já em 2026, vai ter que conduzir uma conferência de política urbana para reformar o Plano Diretor da cidade.