Apesar de Trump, uso de energia limpa avança nos EUA

No começo de junho, o presidente americano Donald Trump anunciou a saída dos Estados Unidos do Acordo de Clima de Paris. Com o gesto, Trump retirou a maior potência do Ocidente do tratado mundial pela redução das emissões de carbono que causam mudanças climáticas, e deixou o mundo em alerta. O Acordo de Paris foi firmado em 2015 por 195 países. EUA e China são os maiores poluidores do planeta.

Segundo especialistas, o ato de Trump é uma grave ameaça aos esforços mundiais para reduzir de maneira gradativa as emissões responsáveis pelas alterações climáticas e pode comprometer a meta de impedir que a temperatura média global tenha um aumento acima de 2 graus célsius. Caso esse limite não seja alcançado, há risco, de acordo com pesquisadores, de efeitos ainda mais devastadores, com o aumento do nível dos oceanos, secas intensas e prolongadas e tempestades.

A – A boa notícia é que as administrações de inúmeras cidades dos EUA estão cada vez mais  comprometidas com a redução das emissões de carbono. A adoção de medidas com este objetivo tem se espalhado por aquele país. Conforme reportagem publicada no site do Sierra Club, uma das organizações não governamentais de defesa do meio ambiente mais respeitadas internacionalmente, o movimento pela diminuição das emissões continua atuante, apesar da deliberação presidencial.

B – Como exemplo, o texto cita a intenção de 1.400 cidades americanas de fazerem a transição para fontes de  energia limpa e renovável. Com essa determinação, as administrações municipais irão diminuir de forma significativa a poluição por carbono gerada pelo setor elétrico e contribuirão para que os objetivos do Acordo de Paris venham a ser cumprido pelos EUA, mesmo com a decisão de Trump.

C – O Sierra Club informa ainda que, caso o uso de energia limpa e sustentável seja implantado pelas 1.400 cidades até 2025, a redução da poluição causada pelo setor elétrico nos Estados Unidos pode alcançar de 87% a 110% dos índices que o país precisa alcançar para cumprir o que foi regulamentado pelo acordo internacional de controle das emissões de carbono. Além das 1.400 cidades, que participaram da US Conference of Mayors, realizada em Miami Beach, prefeitos de mais 118 municípios anunciaram a meta de atender 100% da população com energia solar e eólica.

D – A ação das administrações municipais em favor da adoção de fontes de energia limpa e renovável tem resultado em transformações profundas na maneira como os gestores públicos e empresas estão se unindo para buscar soluções que levem à diminuição da geração de carbono. Em San Diego, a segunda maior cidade da Califórnia, com cerca de 1,4 milhão de habitantes, a parceria público-privada levou à criação do maior parque de geração de energia solar dos Estados Unidos.

E – Kevin L. Faulconer, prefeito de San Diego, afirmou que a opção pela energia limpa vai garantir água e ar sem poluição e também vai tornar a economia da cidade sustentável. Ao defender a meta de 100% de energia renovável, Faulconer afirmou que os prefeitos devem atuar em conjunto porque “ao discutirem o futuro do planeta, estão discutindo o futuro de nossas comunidades”. Acrescentou que San Diego, ao se tornar referência como uma cidade bonita e conhecida mundialmente, mostra o ao mundo o que deve ser feito para protegê-lo.

F – Como San Diego, Salt Lake City, em Utah, também tem investido em fontes limpas de energia. A meta da cidade, localizada no estado de Utah, é alcançar 100% de energia renovável até 2032, o que irá resultar numa diminuição de 80% nas emissões de gases causadores do efeito estufa até 2040. O projeto Climate Positive 2040 envolve, como outros desse tipo, a sinergia entre investidores e administração pública, o que se torna cada vez mais comum nos EUA no setor de sustentabilidade.

G – Não obrigatoriamente apenas cidades de médio e grande porte têm investido na substituição das fontes de geração de energia por sistemas sustentáveis, renováveis e limpos. Columbia, capital da Carolina do Sul, com cerca de 133 mil habitantes, aprovou, em junho, lei que fixa até 2036 o prazo para que toda a energia usada na cidade provenha de fontes limpas e renováveis. São Petesburgo (Flórida), com 250 mil moradores, e Abita Springs, na Louisiana, comunidade com 2,4 mil pessoas, também já iniciaram planejamento para usar exclusivamente energia ecologicamente correta.

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