Boas ideias para nossa cidade

Pensar globalmente e agir localmente é o caminho

Uma das 31 propostas que apresentei na campanha de 2016 era estar “ligado no mundo”, de modo a conhecer e divulgar iniciativas que tivessem contribuído para a melhoria da qualidade de vida em cidades de países diversos. Além de agregar expertise às minhas atividades parlamentares, tive a oportunidade de ser convidado pelos governos das duas mais antigas democracias do mundo para participar de intercâmbios políticos. O primeiro foi em 2017, quando fui selecionado para o International Visitor Leadership Program (IVLP), do Departamento de Estado dos EUA.

Passei um mês aprendendo mais sobre o municipalismo no âmbito federativo norte-americano. Agora, estive em Londres e em Birminghan, escolhido pelo Foreign & Commonwealth Office para o International Leaders Program.

O intercâmbio estava confirmado desde o ano passado, pois o cronograma é rígido, uma vez que são selecionadas lideranças de diversas regiões do mundo e a logística é complexa. Fui o único brasileiro convidado para as atividades nos EUA e na Inglaterra.

Em Londres acompanhei a transformação que o país vive ao deixar a União Europeia (UE). Estava na residência do primeiro-ministro, 10 Downing Street, no dia em que se consumou o Brexit. Interessava-me saber que oportunidades a saída da Inglaterra da UE oferece ao Brasil. Tive uma audiência com o embaixador brasileiro em Londres, Fred Arruda, e me inteirei das possibilidades que se abrem nesta nova etapa nas relações bilaterais com os ingleses.

O Brexit é um grande desafio para o Reino Unido. Para manter-se no G7, que reúne os sete países mais industrializados do mundo, o Reino Unido não pode perder competitividade e precisa atrair cérebros para o país.

Outra preocupação é manter e ampliar a influência no mundo, o poder de convencimento, o chamado soft power, uma grande habilidade do reino de Elizabeth II. Essa conjuntura abre janelas de desenvolvimento para o Brasil.

Minhas atividades em Londres também me permitiram cumprir uma agenda específica para a questão das cidades. Isso graças ao cônsul Lucas Brown, representante diplomático inglês em Belo Horizonte. Ele fez questão de me acompanhar por três dias na capital inglesa. Levou-me ao Centre for London, instituição independente e que tem a missão de pensar soluções para a metrópole. Saí da visita certo de que nossa capital precisa de um local assim.

Na London School of Economics Cities tive acesso a cases de sucesso e iniciativas locais que deram bons resultados. Ainda estive na Catapult, empresa que elaborou o projeto do BRT de Belo Horizonte, e na Citizen’s Assembly, iniciativa que sorteia cidadãos para ajudar os políticos a destravarem temas democraticamente complexos.

Chamou a atenção o grande número de políticos sem partido. Como vereador independente, esse contato foi importante para meu aprimoramento como político municipal. No grupo selecionados este ano estavam presentes representantes de 15 países, numa agenda intensa.

As mudanças climáticas dominaram as discussões. É um assunto que, incorretamente, muitos consideram distante. Entretanto, como a população belo-horizontina sentiu durante a chuva dos últimos dias, é um tema próximo e que impacta gravemente nossa vida.

Voltei ao Brasil satisfeito com o conhecimento que adquiri. A meta é trazer soluções adotadas em outras partes do mundo, como o cartão Oyster, um dos melhores exemplos de inteligência em mobilidade urbana do planeta. Pensar globalmente e agir localmente é o caminho.

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