Refundar a empresa sob novos paradigmas
Um dos maiores desafios da minha atuação nesta legislatura começa a ser enfrentado na próxima quarta-feira, 3 de março. É quando ocorre a primeira reunião da Comissão Especial de Estudo da reformulação da BHTrans, remodelagem do contrato com empresas de ônibus e integração metropolitana da nossa mobilidade, criada pela Câmara Municipal de Belo Horizonte e para a qual fui eleito presidente. Vamos ouvir Diogo Prosdocimi, o novo presidente da empresa que gerencia o trânsito e o transporte público na capital.
E por que o início das atividades da comissão é tão importante? Porque é óbvio que o trânsito é o grande problema de Belo Horizonte, e até o momento não se conseguiu encontrar uma solução para ele. Desde o início de minha atuação como vereador, deixei claro que quero contribuir para desatar o nó do tráfego de veículos na capital e melhorar a qualidade do serviço de transporte público na cidade, antiquado, desconfortável, caro e não sustentável.
Sei que não é uma questão de solução simples. Se assim o fosse, já teria sido resolvida. Entretanto, também acredito que a comissão criada na Câmara Municipal de Belo Horizonte, composta por mim e pelos vereadores Reinaldo Gomes Preto do Sacolão (MDB), Wesley da Autoescola (PROS), Iza Lourença (PSOL) e Marcela Trópia (Novo), tenha condições de ser o marco zero de uma nova postura do Poder Público no gerenciamento da concessão de um serviço de tamanha relevância para a população.
Um dos pontos sobre o qual a comissão vai se debruçar é o contrato firmado entre o município e o sindicato que representa as empresas de ônibus. O documento foi firmado em 2008 e tem validade de 20 anos. A melhor solução, no meu entendimento, é a extinção do contrato e a elaboração de novas normas, que propiciem a melhoria da qualidade do serviço. Fico feliz em saber que o presidente da BHTrans, com quem estive há poucos dias, admite a revisão do documento, sinalizando que há convergência de ideias nesta área.
Outro tema relevante é a modernização do sistema de bilhetagem, o BHBus. Cidades menores e com menos tecnologia à disposição já utilizam soluções mais modernas. É inadmissível que as pessoas não possam pagar a tarifa com o uso de cartões de crédito ou débito. Como também não se pode aceitar que o serviço de transporte público dos municípios da região metropolitana de Belo Horizonte ainda não esteja integrado. É uma necessidade básica, infelizmente não efetivada até hoje por falta de planejamento e vontade política.
E, por fim, como meu pai costumava dizer, “não se faz omelete sem quebrar os ovos”. De nada adiantará propor soluções mais eficientes e modernas se não transformarmos a estrutura da BHTrans, se a empresa não for refundada sob novos paradigmas. Ela não conseguiu cumprir as funções que lhe foram atribuídas e tem a rejeição de 61% da população da capital, de acordo com pesquisa feita pelo Executivo Municipal.
A Comissão Especial terá prazo de um ano para executar seu trabalho e apresentar relatório com propostas de solução da mobilidade na capital. Como afirmei no início, não é uma tarefa fácil, que nos exigirá muito trabalho. Não creio que teremos respostas para todos os problemas de trânsito em Belo Horizonte em um ano, mas, com certeza, vamos apontar caminhos e sugerir mudanças que possam ser implementadas ao longo dos próximos anos. Dedicação e esforço para isso não vão faltar.