A vez e a hora das cidades inteligentes

Belo Horizonte deve superar desafios para ser competitiva

Como cidadão belo-horizontino e representante da população no Legislativo municipal, tenho o compromisso de contribuir para a construção de uma cidade competitiva e sustentável, em condições de atrair Investimentos Estrangeiros Diretos (IEDs). Desde que assumi o mandato, venho me aprofundando nesse tema, uma vez que já é consenso que o “século XXI será o século das cidades”.

A afirmação não é minha. É do arquiteto, urbanista e escritor Carlos Leite, no livro “Cidades Sustentáveis, Cidades Inteligentes”. E por que as cidades se transformaram em polos de atração de investimentos estrangeiros? Em primeiro lugar, esse fenômeno socioeconômico resulta do processo de intensa urbanização desde o fim da década de 1960. Isso ocorreu em diversos países.

E, onde houver uma metrópole, pode haver condições para a atração de investimentos estrangeiros, desde que os parâmetros de competitividade sejam alcançados: cadeia de suprimentos, logística avançada, mão de obra qualificada, serviços de saúde e de educação de qualidade, entretenimento e cultura, entre outros. E, mais uma vez, não sou eu o autor do raciocínio.

Esses conceitos, já comprovados em inúmeros países, foram analisados pelo promotor de investimentos e facilitador Marcos Antônio Mandacaru, com quem tive uma produtiva reunião. Uma das informações mais importantes que Mandacaru me repassou diz respeito ao papel dos gestores públicos. Segundo ele, entender, trabalhar e comunicar os fatores positivos de uma metrópole, “consolidando-os numa espécie de ‘value proposition’ da região, são o grande desafio das autoridades”.

E o caminho para alcançar esse objetivo é a cooperação entre poder público e entidades não governamentais e privadas, para consolidar o planejamento urbano. Como já defendo há algum tempo, sem a integração entre governo e sociedade, os avanços sociais e econômicos tornam-se mais difíceis, ficam mais longe do alcance de cidadãos e cidadãs.

É esse conjunto de ações que Mandacaru sugere para a região metropolitana de Belo Horizonte. Ele lembra que essa região reúne mais de 5 milhões de pessoas, tem o terceiro PIB metropolitano do país e seus desafios são a heterogeneidade socioeconômica dos municípios, a criminalidade e a construção de uma agenda de desenvolvimento econômico e captação de investimentos.

Além disso, temos o Indi, que atua há 51 anos na atração de investimentos e agora busca maior integração com BH. Mas a cidade precisa de uma governança própria para o tema. Marcos Mandacaru alerta que, sem articulação, planejamento, cooperação governamental e engajamento das empresas locais e da sociedade, nossa região metropolitana não estará em condições de atrair investimentos estrangeiros e ficará para trás na corrida pelo desenvolvimento econômico e pela inovação.

Em resumo, a concorrência é global e muito acirrada, e, sem a superação dos grandes desafios que se apresentam, a região não será competitiva. Também é importante acentuar que muitos fatores de atração de investimentos já estão consolidados na região metropolitana, como logística aérea, espaços culturais de qualidade, boa malha de inovação e rede de saúde de qualidade, entre outros.

Entretanto, sem compromissos expressos dos gestores públicos, não alcançaremos esse objetivo. E para isso servem as eleições. Em 2020, vamos escolher prefeitos e vereadores. É o momento para começar a implementar as mudanças que tanto ansiamos.

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Gabriel de a a z

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