Os Duzentos anos da Batalha de Waterloo (e os escoceses que lutaram nela)

O Castelo está para Edimburgo como o Cristo Redentor está para o Rio de Janeiro. Essa atração turística é imponente, icônica, marca da cidade e pode ser vista de quase todos os lugares. Pela manhã, resolvi visitá-la. Há muita coisa que vale a pena ser vista no alto daquele rochedo. O meu canto favorito por lá foi o Museu Nacional da Guerra. Sou um fã de história militar. Entre o acervo do museu, há uma bandeira do Reino Unido que foi utilizada na Batalha de Waterloo. A flâmula só ficará exposta até esse sábado. Depois, será guardada e nunca mais será vista devido ao seu estágio avançado de deterioração. O estandarte foi carregado  pelo 3º Batalhão do “The Royal Scots”, um regimento que lutou conta o Exército de Napoleão Bonaparte na épica Batalha de Waterloo.De 624 homens, 363 foram mortos lutando contra as tropas francesas em 1815. Cinco militares morreram portando a bandeira durante a batalha (que posto terrível de se ocupar!). Já se passaram duzentos anos… E essa batalha continua sendo uma das mais importnates da história. Seguem os motivos:

Waterloo não foi uma batalha; foi a completa mudança da face do universo.

ATodo mundo já ouviu falar em Napoleão Bonaparte. O sujeito era pequeno na estatura e gigante na ambição. Um detalhe que gosto de pontuar sempre é que, o próprio Brasil não existiria da forma como conhecemos, se a família real portuguesa não tivesse fugido do imperador francês, deixando Lisboa para trás, em direção à então colônia na América do Sul em 1808. O baixinho dominou toda Europa no início do século XIX, formando um bloqueio continental para isolar o Reino Unido.

B – O Império Francês aumentava e aumentava, até que Napoleão Bonaparte resolveu invadir a Rússia em 1812. A campanha foi um desatre, mas rendeu uma composição sensacional de Pyotr Ilyich Tchaikovsky. Seu exército sofreu uma baixa terrível e, em 11 de abril de 1814, as nações que estavam de saco cheio com o domínio napoleônico atacaram a França com meio milhão de soldados. Essa foi a primeira derrota do até então invencível imperador, que foi exilado.

C – Em 1815, acreditando que o fim da carreira de Napoleão Bonaparte havia chegado, representantes dos maiores impérios (Áustria, Prússia, Reino Unido, Rússia e Suécia) encontraram-se em Viena, capital austríaca, para começar a reorganizar a Europa através da reintalação de monarquias destronadas. Ocorre que Napoleão Bonaparte escapou da Ilha de Elba, onde estava isolado, e foi recebido com pompa e circunstância em Paris, em em 20 de março de 1815.

D – Napoleão Bonaparte reuniu 73.000 homens e invadiu a Bélgica em 15 de junho de 1815. O plano do imperador era derrotar os 93.000 liderados pelo Duque de Wellington que estavam no local antes que mais reforços se juntassem a ele. Era uma aposta arriscada. Todavia, não havia muita alternativa. Em questão de pouco tempo, chegariam mais 210.000 homens da Áustria e 150.000 homens da Rússia.

E – Quem quer ganhar joga com as brancas (expressão do xadrez que siginifca fazer o primeiro movimento). Os franceses partiram para cima dos britânicos (parece narração de Copa do Mundo) em 16 de junho de 1815 e levaram a melhor. O desatre só não foi completo para o Reino Unido, pois a cavalaria foi utilizada. O placar final marcou 22.000 baixas para Duque de Wellington e 11.000 baixas para Napoleão Bonaparte.

F – Em 17 de Junho de 1815, o Duque de Wellington mudou a posição do seu exército para o alto de um monte. Uma chuva enxarcou o campo de batalha. Era agora ou nunca. Se o francês obtivesse uma segunda batalha no dia seguinte, daria um recado para toda a Europa. Todavia, a tempestade não deu trégua. O ataque foi adiado para o meio dia de 18 de junho de 1815. De um lado do rinque, Duque de Wellington com 67.000 homens e 160 canhões. Do outro lado, Napoleão Bonaparte com 74.000 homens e 250 canhões (ler como se fosse narração do UFC).

G – Napoleão começou a última batalha da sua vida fazendo o que todo jogador de xadrez faz: dominar o centro do tabuleiro. Avançou com a infantaria…

H – Wellington respondeu com uma brigada em direção ao centro. Essa brigada era formada pelos escoceses que portavam a bandeira que citei no início do texto. E os infantes franceses recuaram após ver a cabeça do comandante da tropa explodir com uma bala de canhão. O inglês acrescentou portanto uma carga de cavalaria ao na mesma direção! CARGA! O filme Waterloo, de 1970, dirigido por Sergey Bondarchuk, mostra essa cena específica. Em câmera lenta.

I – Napoleão contra-atacou! A cavalaria pesada francesa, os Courassiers, apoiada pela cavalaria leve francesa, os Lanciers, atacou os cavaleiros ingleses. Os infantes já estavam dizimados. Agora, era cavalariano contra cavalariano.

J – O exército napoleônico levava vantagem quando 40.000 soldados da Prússia começaram a se aproximar. Além dessa situacão terrível, Napoleão Bonaparte enfrentava um problema tão grande quanto esse: suas hemorróidas o faziam sentir uma dor intensa. Há quem diga que ele perdeu a guerra por isso…

KA artilharia francesa começou a fazer com que os ingleses ouvissem seus canhões. A fumaça e a confusão fez Michel Ney, um marechal que auxiliava Napoeão Bonaparte, acreditar que Duque de Wellington estava recuando. Ordenou, dessa forma que a cavalaria francesa avançasse ainda mais. No entanto, os ingleses se agruparam em quadrados (uma estrátegia que trava a cavalaria) e começaram a fuzilar os cavaleiros. Doze cargas cavalarianas francesas com mais de 5.000 homens carregaram contra os ingleses.

L – Os franceses faziam bons movimentos, mas faltava número de soldados para que as estratégias fossem concluídas. Os dois lados estavam exauridos. Para conter os 40.000 soldados da Prússia que chegaram no campo de batalha, Napoelão Bonaparte fez avançar sua Guarda Imperial, a parte mais treinada de seu exército. Deu resultado. Apenas dois batalhões franceses aniquilaram quatorze batalhões prussianos.

M – O francês partiu para seu último movimento. Enviou mais homens para o centro de batalha. As tropas avançaram em direção ao exército aliado. Quandos as balas acabam, restam as baionetas.E os frances começaram a ser rasgados pelos seus adversários.

N “A Guarda morre, mas não se rende!, gritou o General Pierre Cambronne, que estava entre seus comandandos franceses bem no meio do campo.

0 – O marechal Michel Ney ordenou a última carga de cavalaria francesa berrando: Assim morre um marechal da França!

PCom seu exército sendo esmagado, Napoleão Bonaparte foi retirado do campo de batalha por soldados. Foi preso e exilado na Ilha de Santa Helena onde morreu em 1821.

Q – A primeria ideia foi chamar o episódio de Batalha da Bela Aliança. O comandante inglês tinha a mania de batizar as batalha com o nome do local onde ele dormia na noite anterior… No caso, uma vila nas redondezas. Waterloo virou nome, portanto, desse confronto marcante. Duque de Wellington virou herói no Reino Unido. Há uma estátua para ele também em Edimburgo de fronte a North Brigde onde me hospedei.

R – Muitos outros objetos utilizados na batalha estão expsotos no museu.

SPara mim, que estudei no Colégio Militar de Belo Horizonte e pretendia me formar na Academia Militar das Agulhas Negras sendo cadete da arma de cavalaria, essa narracão é muito vívida. Não se ensina tudo isso por lá, mas tomei gosto e comecei a ler por conta própria, numa era onde não existia internet. Durante as aulas de hipismo, vez ou outra simulavamos uma carga galopando pelos campos do colégio em disparada.

T – Guardo a minha lança de cavalaria na biblioteca. Onde permace também uma coleção de soldados de chumbo de vários exércitos mundo a fora. Hoje, comprei uma miniatura de soldado escocês com kilt e gaita de fole que representa um dos homens que tombaram naquela Batalha de Waterloo duzentos anos atrás.

U – A guerra parece algo tão distante para os brasileiros. O último conflito onde o país tomou parte foi a Segunda Grande Guerra Mundial. Antes dela, só mesmo na Guerra do Paraguai. E tomara que assim permaneça. Se há algo que qualquer um aprende estudando história militar é que nenhum conflito é melhor do que qualquer conflito.

V – A paz é completamente deseja. A diplomacia deve ser a arma utilziada em dias atuais. Contudo, compreender as estratégias do passado, acreditem, pode ser muito vantajoso hoje em dia.

X – Seja no direito, na publicidade ou na política, dentre outras várias áreas, a estratégia que se viveu nas batalhas do passado pode ser inspiradora. Isso, eu mesmo sem ter estado presente em nenhum terreno de guerra, posso afirmar.

Compartilhe:
Gabriel de a a z

CONFIRA OUTROS ARTIGOS: